sexta-feira, 16 de maio de 2008

Frases que marcam o Brasil

Coerção, em uma compreensão básica, é a ameaça da aplicação de alguma sanção por parte de um indivíduo de forma a induzir outro indivíduo a uma ação. Para Dahl, teórico das Ciências Sociais, a coerção consiste em uma mudança das possibilidades do outro indivíduo. Este conceito não é tão difícil entender quando se pensa no Brasil.

Uma famosa frase da nossa história pode, fora de um contexto, ser considerada um exemplo de frase coercitiva, ou melhor, de uma imposição. Estou falando da clássica "Independência ou morte!”, proferida pelo príncipe regente às margens do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822. A frase que virou título de capítulo em livros de História e que integra o refrão do nosso Hino da Independência.

Como disse, fora do contexto, esta frase é uma baita coerção! Ou Portugal consentia com a independência da sua colônia ou morria. Na verdade, até hoje tenho dúvidas sobre quem morreria. Será que Dom Pedro I estaria disposto a morrer lutando? Será que as elites brasileiras estariam dispostas a isso? Especulações a parte, a verdadeira coerção foi imposta um pouco antes do "grito de liberdade". Basta recorrer ao seu livro de História do Brasil para relembrar que a Corte portuguesa havia dado um ultimato a D. Pedro, desautorizando suas ordens e o ameaçando de perder a sucessão ao trono. Assim, diante deste ultimato, as possibilidades do príncipe regente mudaram.

Desta forma, a coerção pode ser observada em muitos momentos da nossa vida, não só em grandes eventos, mas nas pequenas relações, na família, na escola etc. Pensando na célebre frase de 7 de setembro, me recordei de outra frase...

Uma que é dita em diferentes horas do dia, em feriados, fins de semana e dias úteis. Que não é proferida por nenhum príncipe, mas por diversas pessoas, de diversas classes, nobres ou não. Que não é dita à margem de riachos, mas à margem de lagoas, em ladeiras, em pontos de ônibus etc. Aquela que foi adotada por diversos brasileiros, por diversas razões. Que, por gozação, é dita como "característica" da cultura brasileira. E que, com freqüência, muda as alternativas de diversos brasileiros. Não poderia ser outra...

"A bolsa ou a vida!"

7 comentários:

Anônimo disse...

tu foi roubada antes de escrever esse texto?
eaheiuaheua
ficou legal, deixa eu te fazer outra pergunta
tu faz qual curso na ufma?
e obrigado por comentar no blog :D

Rômulo Pacheco disse...

euiaheuihea
eu não sou anonimo
malz, cliquei sem querer =x

gato de Schrödinger disse...

Este Gato nunca ouviu esta frase da maneira que aqui foi escrita - eu não uso bolsas - mas, sim, já me foi feita uma coerção bem parecida mas proximidades de uma lagoa.

Bom texto, moça, e ótima introdução. E não querendo ser muito chato, mas já sendo, talvez fosse melhor acrescentar um "mesma" bem no meio daquele "desta forma", pra dar uma impressão mais de sequência de pensamento, sei lá, porque acho que ficou meio estranho.

Beijo, moça. Até mais.

Solitude disse...

concordo sim com o que você disse, apesar de também nunca ter sido assaltado.

eu ainda faço segundo ano, tenho só 16.

gato de Schrödinger disse...

Ah, e quanto a outra frase que marca o Brasil, é possível que ela nem tenha mesmo existido, tenho cá minhas dúvidas. E, mesmo que tenha existido, era com a certeza antecipada de que não haveria luta alguma, uma encenação, porque duvido muito que D. Pedro se dispusesse a oferecer sua vida em troca da liberdade do nosso país, que, afinal, nem depois disso se tornou livre.

Beijo.

Anônimo disse...

genial
irônico
crítico
sofisticado
comparativo

excelente, parabens

Unknown disse...

curti o seu logo e o seu texto
faz tempo q eu nao entrava tanto no meu proprio blog quanto mais nos dos outros

e ae como vao as coisas?

bjs

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