quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O bater de asas amarelas

Há dois ou três dias (18 e 19), São Luís do Maranhão foi invadida por milhares de borboletas amarelas, ou, melhor, isto é o que o portal imirante e a globo dizem.

Para mim foi muito diferente... Estava em casa, lendo alguns textos esquecidos e aproveitando o conforto da minha cama, quando o Sol inundou o meu quarto. Imediatamente me levantei para fechar a janela... Observei a rua e o céu pela janela, e tudo parecia mais que normal, se não houvesse reparado no comportamento incomum das borboletas amarelas. Nunca imaginei que existiam tantas no meu bairro, mas pensei que apenas estavam fugindo de algum barulho ou de alguma construção que houvesse destruído o seu habitat. Encostei um pouco a janela para que nenhuma delas, que voavam sobre os telhados e vinham na direção da minha casa, entrasse no meu quarto, porém continuei observando o movimento e esperando, em vão, que este parasse.

Sai correndo para chamar Panqueca, a minha gatinha, e mostrar para ela quanta comida sobrevoava o nosso telhado. Não a encontrei, mas encontrei a secretária da minha casa, e, juntas, ficamos observando boquiabertas enquanto eu tentava fotografá-las, também em vão.

Sai de casa à tarde, já esquecida do ocorrido pela manhã e fui até o centro sem reparar, em nenhum momento, no caminho que percorria. Cheguei ao meu destino e lá estavam as borboletas, voando apressadas por sobre os telhados. Não pude mais ignorá-las. Lembrei dos elfos, ou dos grandes sábios (ficcionais ou não), que escutam a natureza e, imaginei como seria a reação de um destes diante daquele fenômeno. "O sábio subitamente olhou para trás e parou, atenciosamente escutava o vento enquanto observava uma borboleta que por lá voava, até vislumbrar uma nuvem amarela que se movia em sua direção. 'O mundo está mudado', disse ao seu amigo. 'Coisas realmente importantes estão acontecendo neste instante, devemos partir imediatamente. '”.

Desejei como nunca entender o comportamento das borboletas e não conseguia parar de olhar para o céu. Porém, ao meu redor, todos pareciam ignorar a presença delas...

Ontem, no entanto, todos comentavam as milhares de borboletas que passaram pela minha cidade. Uma amiga acreditava que muitas catástrofes aconteceram do outro lado do mundo, devido ao bater das asas. Outra descobriu que as borboletas que vimos não eram simples e inofensivas borboletas amarelas, eram borboletas-vampiros, visto que não apareciam nas minhas fotos, para mim, estavam mais para borboletas-fantasmas, pois, por alguns instantes, até pensei que só eu podia vê-las...

Já os cientistas são um pouco mais sisudos: "ainda segundo os biólogos, o fenômeno pode ter sido provocado pelo aumento da cobertura vegetal que serve de alimento para as borboletas ou por algum desequilíbrio ambiental que tenha provocado a migração dos insetos", veiculou o site imirante.

Não sei não, hein?
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Veja o vídeo sobre o fenômeno

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Sobre amor e miudezas...

Recentemente, assisti a uma entrevista com Robert Happe disponível no youtube, na qual, o pesquisador espiritualista fala, por 34:20min, basicamente sobre como o homem deveria parar de afirmar que a vida é difícil e inexplicável e, simplesmente, amar.

Instigada pelas palavras acalentadoras do entrevistado, resolvi pôr em prática seus ensinamentos e, para isso, escolhi o momento exato: minha ida à casa de uma amiga.

Entrei no ônibus com o intuito de ser simpática e jorrar amor por todos os lados. Desejei boa tarde ao motorista, tentei fazer aquela cara de "eu já superei todas as coisas mundanas" que algumas pessoas têm. Sorri para a velhinha cheirosa que sentou ao meu lado. Enfim, não cabia em mim de tanto altruísmo. Peguei outro ônibus, agora um lotado. Fiquei na porta, encontrei um velho amigo e fui, feliz da vida e pendurada no ferro, até a minha parada.

Parei, então, para algumas reflexões... Perguntava-me se tudo aquilo daria certo. Parecia que sim, afinal, se todos se amassem seria uma boa. Mas e se só eu amasse os outros? Bem, aí as coisas não dariam tão certo assim. E o que eu poderia fazer para que todos se amassem? Talvez o mundo devesse ser mais simples, e, como o próprio Happe disse, as pessoas deveriam parar de tentar lucrar em cima das outras...

Parar de lucrar! Bem, para isso, conclui, seria necessário que a passagem de ônibus ficasse mais barata.

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