quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Portas


"Eu quero te ver". - Tá....

Com um misto de indignação e tristeza (muito mais dessa), eu sentenciei. Você vai ter que fechar a porta. Você hesitou e, enfim, concordou. Fechou. Bruscamente, exalando a falta de eco do ponto final. Engoli todas as palavras que já estavam separadas em algum lugar da minha boca, principalmente o "mas".

Pelo menos uma porta se fechou. Era o pensamento que tentava conter emoções de quem acha que não compreende mais nada.  Porque eu...

Ainda tenho algumas portas abertas. Não tiveram coragem de fechá-las. Apesar de abertas, de lá, quase nunca sai nada. Apenas uns sorrisos de teclado de computador e promessas levianas de "quando..." e "se...".

Tenho algumas portas que não consigo fechar. Nunca tive coragem de fechá-las. Elas me mantêm cativa e me alimentam de sorrisos de teclado de computador e promessas levianas de "quando tu..." e "se a gente...".

Tenho algumas portas que não quero fechar. Nunca tive vontade de fechar. Mesmo tiranas, insisto em ler carinho nos sorrisos de teclado de computador e sonhar com as promessas levianas de "quando a gente se encontrar" e "se eu te amasse".

Tenho só essas portas. Você fechou a última. Fez bem! 

Não, não fez. Deixa aberta, vai. Que eu tenho até a minha eternidade para descobrir que não foi em vão.

Querido, abre, por favor. Que nessa vida a gente sai deixando amor e não consegue mais voltar atrás.

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