sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Desabafo sobre um ano bom



O Facebook quer fazer a retrospectiva dos meus melhores momentos em 2012. Mas hesitei. Não sei se contei tudo para o facebook do que foi esse ano para mim.

A parte de 2012 que mudou a minha vida ficou marcada no mês de novembro. No dia 08. Na data da minha primeira aprovação em um mestrado.

E, às vezes, parece muito difícil enxergar se teve algo mais do que o sofrimento em tentar definir o futuro e o sufoco para estudar, estudar e corresponder expectativas. Enfim, correspondi. Com um ano de atraso.

Mas, nesse meio tempo, tive muito tempo para ficar ansiosa e triste demais. Tive tempo para amar demais, receber de menos e esperar infinitamente. Tive tempo para improvisar um arroz e um macarrão. Esse último tempo, até que era bom quando tinha azeitona e palmito em casa.

Tive quatro meses para aprender que é mais fácil conviver com familiares. E que você chamaria sua irmã de folgada se ela nunca lavasse a louça, mas não chamaria a sua colega de apartamento. Aliás, a louça tem um grande espaço na minha retrospectiva de 2012. E, isso, o facebook não saberia.

Nos momentos da louça, da espera e da ansiedade, não faltou tempo para que eu fosse obrigada a me encarar. Como uma pessoa no meio de algum caminho sem trilha. Que tinha que procurar um caminho, mas que não tinha a menor ideia se queria procurar um ou dois ou quem sabe ficar mais um pouco por aqui.

Ainda sou essa pessoa. Mas, depois de morar “só”, depois de São Paulo, depois das minhas desventuras amorosas, depois de ter conhecido você e você, depois de ter convivido demais comigo mesma até nos meus piores momentos, depois de voltar pra casa, depois de ter voltado a trabalhar, depois de ter que estudar à noite e de manhã e de ter que viajar demais, consegui me tornar uma pessoa um pouco mais chata.

Consegui falar menos sobre a minha vida e tudo que eu acho e tudo que eu espero. Tá, só um pouco menos. Consegui me tornar mais sincera com a minha ranzinzisse, com as minhas taras e com todos os meus defeitos. Consegui esperar você ligar (embora-você-nunca-tenha-dado-um-sinal-de-vida-seu-idiota). Consegui chegar até o dia 14 de dezembro com a sensação de não ter feito muito, mas de ter enfrentado tanto que não dá pra deixar de sentir uma pontada de orgulho.

Mas o que isso tem a ver com você, leitor? Em 2013, você é a minha meta. Por agora, espero apenas ter conseguido escrever um texto que tenha deixado um dia do seu 2012 melhor.


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