sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Você não vai encontrar o amor da sua vida

Nesses últimos tempos, uma questão tem sido reincidente aqui nos meus botões. Tudo começou com uma conversa simples com um grande amigo. Eu tinha acabado de contar que acreditava ter encontrado o homem da minha vida quando ele riu e me falou que tudo é aleatório

Queria eu que ele tivesse dito a mesma coisa para a garota que eu fui dos 13 aos 20 anos. Ela não teria discutido, porque discutir dessa forma não faz parte de um perfil passivo-agressivo. Mas teria soltado umas risadinhas nervosas e acenado em negativa mentalmente. Como assim as pessoas que passam pela nossa vida são aleatórias? Como assim não existe alguém que foi exclusivamente feito para ficar comigo e ser feliz ao meu lado (e somente assim)? 

 Apesar de ter tido a constatação de que o “único” ou a “alma gêmea” não passava de uma ilusão após o fim de um relacionamento cheio de “eu te amo de verdade”, só percebi o quanto aquela crença ainda tinha um papel nas minhas escolhas quando ouvi a teoria do meu amigo. 

Se você olhar para trás, consegue ver também aquele relacionamento que não te oferecia nada mas que você insistia em manter pois acreditava ter uma conexão especial com a outra pessoa? Consegue imaginar quantas pessoas você vestiu com a ficção do “homem da minha vida”? 

Às vezes parece muito triste admitir que, não, não existe ninguém que você necessariamente vai encontrar na sua vida. Mas nós temos que aceitar o risco de admitir essa incerteza. Admitir, por exemplo, que talvez o seu atual parceiro não tivesse se aproximado de você se você não tivesse vestido a camisa da banda que ele gosta no dia em que se conheceram. Ou se você não tivesse feito a brincadeira certa na hora certa. 

Parece horrível admitir que seus amigos e seus amores não teriam tido a conexão que têm hoje com você se não fosse um momento. Totalmente aleatório. Essa ideia teria matado de ansiedade a garota que eu era. Ansiedade por medo de perder todos os momentos que colocaram as pessoas que eu amo no meu caminho. Porém, agora percebo que, mais aterrorizante que isso, é acreditar em únicos. Pois eles pressupõem uma eternidade, um amor gratuito, mas não prevêem esforço. Então digamos que você começasse um namoro com alguém que só podia ser o seu “único”. Quão triste não seria perder a única pessoa que estava destinada a você em toda a sua vida porque vocês simplesmente não souberam conduzir um relacionamento? 

A aleatoriedade nos dá uma chance de recomeçar sempre. E, melhor, de nos esforçarmos cada vez mais para aproveitar cada oportunidade que nós mesmos criamos. Tudo poderia ter dado errado no dia que você conheceu a maior parte das pessoas que faz parte da sua vida, mas deu certo! Nós fazemos funcionar daqui para frente.


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