sábado, 31 de janeiro de 2015

Sua falta

Não sinto sua falta...
Sinto falta de ter alguém me esperando e alguém para me despedir. De avisar que já cheguei ou que o trânsito estava ruim.

Realmente não sinto a sua falta.
Sinto falta de ter alguém com quem falar todo dia. De mandar fotos inúteis sem me censurar, de falar do almoço da semana, do sono e da preguiça. De me distrair nas filas.

Não é falta sua o que eu sinto.
É só saudade de chamar alguém de meu amor e dizer eu te amo.

Não, não sinto sua falta.
Sinto falta da ilusão de ter o que eu precisava.

O que eu precisava era a certeza de ser importante demais para alguém. Era fazer alguém abrir o sorriso ao me ver. O que eu queria era ser um motivo para as decisões importantes, a metade significativa nos planos.

É (só?) por isso.
Que, mesmo que muitas coisas faltem,
não consigo sentir sua falta.



terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Des-culpa

O que eu faço para viver? Eu escrevo.
Se eu escrevo profissionalmente? Não. Eu escrevo pra viver.
Sabe, todo dia me deparo com imperfeições. As minhas.
Todo dia tento não cometer erros. Tantos.
Todo dia tento entender. Essa narrativa.

Você não saberia se eu contasse.
Você não acreditaria se vivesse.
Eu escrevo para sobreviver a mim mesma.

Essa noite eu não consegui dormir direito. Acordei pouco tempo depois com as células em latência. Todas gritavam fracasso.
Às vezes eu choro por mim. De desprezo.
E eu repito motivos imaginários para justificar qualquer coisa. Ou todas elas.

Eu sou uma pessoa boa.
Mas bons motivos não conseguem editar os fatos. O resultado feio.
Eu sou o resultado do que eu faço.

Se alguém puder me perdoar,
Gostaria que fosse me perdoando em parcelas.
A minha dívida de erros está maior do que eu aguento.
Parcela no máximo de vezes sem juros.
Por favor.

É muito difícil ser responsável. Por mim
Pelo que você vê. Pelo que você sente por mim.

Foi mal pelos tapas.


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