Estudando para a monografia, me deparei com o tal termo: Momento Literário. Não, não pensem que este é o meu, pois é, na verdade, uma pequena e talvez não tão acertada comparação com o projeto iniciado por João do Rio em 1900.
O escritor e jornalista formulou uma série de questões relacionando a literatura e o jornalismo e as direcionou para uma série de escritores. O conteúdo não vem ao caso. O que me impressionou foi muito mais a palavra "momento". Pensando na minha nova causa contra a efemeridade da pós-modernidade e da internet, comecei a arquitetar uma série de ideias para iniciar meu objetivo.
A leitura, que antes estava agradável e influente, de repente tornou-se um estorvo frente a minha ânsia de escrever. Uma frase saiu do meu livro, voou um pouquinho até cair planando na minha cabeça. Quando vi já estava dizendo: "Cada autor é do seu tempo".
Não que me considere escritora, ou blogueira, ou jornalista, ou letrada. Apenas comecei a me indagar sobre o meu tempo. Este tempo veloz, que cria em nós muitas necessidades. Necessidade de dominar o mundo. "Afinal, isso não é tão difícil para quem tem o mundo a um click", teria pensado Aluísio de Azevêdo, Machado de Assis e até mesmo João Lisboa, sem desconfiar que chegaram muito mais perto de conseguir tal feito.
A mim, parece assustador. Especialmente na minha profissão: o jornalismo. E até mesmo neste meu modesto hobby. Pressões, necessidades, obrigações, o mundo tão perto e tão longe de ser vivenciado. Por fim, cheguei a uma única conclusão sobre este Momento Literário e os próximos que virão. A escassez do tempo para a leitura e a ânsia de escrever e produzir cada vez mais.
Foi nesta parte que fechei meu livro e corri para cá... para escrever.
Foto de Sancho, disponível em Flickr