Às vezes, o mundo segue adiante cumprindo seu involuntário e impiedoso curso.
Mas, às vezes, a gente simplesmente implora...
...para que ele siga.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
terça-feira, 7 de setembro de 2010
A cura
Eu sou a rainha do drama, mas isso soa um pouco mais dramático em inglês. I’m drama queen e eu vou te contar uma história.
Um dia, uma amiga me disse que eu era bipolar, pois, pouco tempo depois de ter dito que o dia estava ótimo, já me reclamava da tempestade que estava por vir. O problema é que não dá para prever os temporais, apenas torcer para ter um sólido abrigo, como o do terceiro porquinho da história, ou se segurar embaixo de um guarda-chuva e torcer para tudo passar depressa.
Esses dias, eu simplesmente cansei de ficar embaixo do frágil guarda-chuva de cinco reais e resolvi que, talvez, fosse melhor surpreender a chuva que esperar o dia em que ela fosse me alcançar. Tirei o guarda-chuva ainda com um pouco de medo, tanto que não tive a coragem de deixá-lo na rua. Resolvi apenas segurá-lo ao meu lado.
Quando a chuva chegou, foi pior do que eu previra. Impiedosa e fria, a água parecia enrijecer todas as minhas articulações e órgãos, especialmente os mais vitais. Arrependi-me da minha audácia, me arrependi de algum dia ter temido a chuva, de ter me acostumado com o teto, que, de fato, nem era tão sólido. De ter depositado muito mais de mim naquela segurança.
Depois de um tempo, a dor só pode piorar. Pior que a dor violenta de estar molhado e desamparado, é a de deixar o abrigo e tudo que vivemos por lá. É, enfim, partir.
Laissez faire.
Uma das pílulas mágicas de Dana Wyse
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