Quando este
Guia primeiramente começou a ser construído em
2012, nosso intuito era notadamente o de mostrar ao leitor que existia bastante
diferença entre
"quero te chupar”, “
quero chupar tua buceta e me lambuzar” e “
quero
fazer oral na tua perereca”. Não queríamos ser autoritários, mas acreditávamos
que a segunda opção era a que mais umedecia, ainda que todas pudessem ser
usadas em contextos apropriados.
O Guia foi de grande ajuda para milhares de leitores. Homens
nos escreveram contando que antes do Guia tinham receio de encarar a buceta no dirty talk. Enquanto nossas leitoras
demonstraram alívio frente à nossa posição completamente hostil à rola (Rola
continua não rolando, gente).
Mas o Guia não pode mais se furtar às recentes manifestações
de caráter sexual que tomaram de conta do meio digital. Ela chegou com a onda
do fenômeno zueira (cujo estudo ainda
exige pesquisas acadêmicas mais aprofundadas) e, nada silenciosamente, penetrou
nossa intimidade. Irmã mais nova e ainda não tão foneticamente rebuscada da nossa
conhecida perereca , a pepeca (pepeka ou ppk) já convida o nosso imaginário a
pensar em sapeca. No equivalente masculino, anteriormente, poderíamos tentar
mesmo igualar a função da pepeca, no vocabulário sexual, ao da piroca amiga. No
entanto, seu desenvolvimento e proliferação na internet gerou um fenômeno
completamente novo que quase destruiu o Guia do Sexo Verbal: a pepecância ou
jebificação.
Pepecância é o nome dado ao fenômeno de implantação da
ironia na conversa sexual. É a safadeza em cima do muro, sem classificação
indicativa.
“Eu vou comer a tua ppk até me cansar” – A pepeca permite
que se tenha menos cautela na hora de saber o que falar. Pode ser uma
brincadeira (Claro que eu tava brincando!
Olha só como eu escrevi...), pode ser um convite caliente. Depende se
colar.
“Eu quero é ppk!!!” – A pepeca permitiu uma aparente
liberação da manifestação de desejos sexuais. Você quer sexo, umas metelas,
umas chupadelas? Pode tudo! Contanto que seja com a pepeca (ou seus
companheiros de zueira).
“Que ppk linda *.*” – A pepeca é lindinha e gostosa. A
buceta é só gostosa. Pepeca conversa, sente saudades e sai do banho
cheirosinha. Buceta fica molhada.
“Meus amigos gostam é de jebas” – A pepeca danadinha também
abriu a caixa de pandora dos nomes esdrúxulos para o sexo oposto. Pintas (sim,
isso mesmo!) e jebas estão oficialmente liberadas para a sacanagem! (Mas rola
NÃO! Nem pensem nisso).
A pepecância ou jebificação do sexo verbal não é tudo. É
apenas parte de uma grande diversificação do humor e das formas de se
expressar, que torna difícil a tarefar de recomendar nomes e verbos (Mamar não,
gente. E vai dar estocadas em outro lugar!). Mas, sobretudo, se olharmos o
fenômeno no contexto apenas do sexo falado podemos observar como se opera um
processo de mascaramento do tabu. É
possível falar da depilação e da cor dela, do que se quer fazer com ela e do
que se quer que seja feito com ela, com a condição de que...ERA BRINCADEIRA,
GENTE!
Portanto, nós, do Guia do Sexo Verbal, defendemos que ainda
não podemos deixar a buceta na mão. Ela começou a sacanagem e ela leva isso a
sério. E é ela que, juntamente com o pau, mantém a fronteira entre o que pode
ser falado no ouvido e o que pode ser postado no twitter.
Ps.: Tem alguma dúvida? Pode enviar para a gente via comentários! :)