Ele parecia se concentrar em
algo, mas passada essa primeira impressão, vi que andou confiante até ela e até
já familiarizado. Olhou-a com sede e excitado. As mãos dela estavam como que
largadas em cima da barriga. Pegou-as da maneira que se pega qualquer coisa,
porém, cada um de seus dedos pareceu se fechar lentamente em sua superfície. Ele
sentou em um banquinho ainda segurando-as. Parou um instante para colocar a
música de fundo e logo em seguida, encarou-a. Enfim, sós. Encaixou seus pés nos
delas, como de brincadeira. Apertou seus pés algumas vezes parecendo querer provoca-la.
Checou o resultado com um sorriso tímido e voltou sua atenção para todo o corpo.
Começou. No início foram só os toques leves nas mãos dela, como que para
advertir do que estava por vir. Depois, começou um tour por toda a sua
extensão. Os toques eram variados e seguiam o ritmo da música de fundo. Quando
eram mais leves e agudos, ele soltava um sorriso consigo mesmo. Mas enquanto
isso, sempre mantia sua perna ocupada, se movimentando e fazendo uma certa pressão
nela. Às vezes, mordia a boca enquanto a tocava com mais vigor ou acelerava o
ritmo. E quando os gemidos que ela emitia iam preenchendo o quarto com uma frequência
cada vez maior, também ele ia ficando cada vez mais excitado. Quase se podia
sentir o coração bombeando cada vez mais sangue. Revezava os ritmos e os toques
a seu bel prazer. Ela só respondia aos seus comandos. Todo o corpo dele estava
em sincronia com ela. E quando, finalmente, ela emitiu o barulhinho derradeiro
e prolongado, ele era o retrato do gozo.
- Gostou? – perguntou enxugando
um filete de suor que escorria pela têmpora direita. Acenei que sim. – Por que
tu tá me olhando desse jeito?
- Eu gosto de te ver assim...
Me aproximei dele e, beijando-o, voltei
para minha posição. Ele já fazia menção de recomeçar. Um arrepio correu a minha
pele. Há algo de extremamente sexual entre o músico e o seu instrumento.
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