“Não me julgue” era o que eu gostaria de dizer para todo
mundo que entrasse na minha vida. “Eu estou completamente perdida”, era o que
eu gostaria de acrescentar para os rapazes que se interessam por mim.
Completamente perdida – estágio 1
No princípio, era só o sentimento de solidão. Um sentimento
que o leva a desconsiderar o pensamento e os sentimentos de outras pessoas
em prol, bem, de alguma promessa para não se sentir sempre tão só. Esse
sentimento perigoso me levou a considerar muitas possibilidades de uma maneira
muito egoísta.
Tudo parece possível para quem perdeu os critérios. Mas
fodam-se os critérios. Eles o trouxeram a esse lugar: o fundo do poço do
sentimento de solidão. Certo?
Completamente perdida – estágio 2
Pessoalmente, acredito que ninguém sobrevive por muito tempo
no primeiro estágio. As consequências das suas atitudes provavelmente irão leva-lo
a outro lugar: o fundo do poço do esvaziamento. Você preenche tanto a sua vida
com coisas pequenas que acaba esquecendo um pontinho bem importante. Você
mesmo. O que você quer.
Mas essa ainda é uma questão muito complicada para o estágio
dois. De repente, você se despe das ilusões de construir algo estável. Ainda é
hora de experimentar, mas o foco é você. Não se perder de vista. E aí você
encontra o cara. Mas ele não está disponível para você. E você tem pleno
conhecimento disso. Mas você insiste que ele é o cara. E satisfaz seus desejos
com um pedido de desculpas para seu superego. Você está em um relacionamento
libertador e destrutivo, porque ele podia ser o cara.
Completamente perdida – estágio 3
Quando você chega ao terceiro estágio, você não consegue
mais acreditar na sua burrice. Você não é mais a pessoa extremamente carente do
primeiro. Você não precisa se entregar para qualquer um. E, acima de tudo, você
não quer problemas.
Você não é mais a pessoa destrutiva do segundo. Você se
aceita como uma pessoa cheia de desejos estranhos e convencionais. Você quer
viver tudo com intensidade demais, mas tem medo da falta de verdade. Você não
precisa se submeter ao que te faz mal, ao que te faz sentir menor.
Mas, bom, você ainda está perdida. Você não sabe separar
experiências. Você não sabe se é preciso abrir mão de tudo. Ou se o sacrifício
é dispensável. Você não sabe se está pronta para perder mais critérios ou se
deveria acrescentar alguns. Você não sabe se fica em casa ou se sai para dar
uma volta. Você não sabe se se sente feliz ou não quando um cara manda mensagem
dizendo que tem saudades de transar com você. Significa que foi bom? Significa
que é apenas isso?
Você tem apenas vontade de alertar alguém. De que talvez ele
seja especial. Que talvez ele a toque profundamente. Que talvez você não saiba
o que deve oferecer. Que talvez você se arrependa de tudo. Que talvez você o
assuste.
Mas que você gostaria que ele ficasse.
Mesmo.
Um comentário:
Não quero diminuir a jornada de ninguém com o meu comentário de merda, mas QUASE todo mundo já passou por isso.
A vida amorosa não passa de um '500 dias com ela', onde você alterna entre Tom e Summer no decorrer do tempo.
Estou perdido há anos, e meu principal questionamento sempre tem sido, 'sou bom pra essa pessoa, eu sou capaz de fazer essa pessoa feliz?', pode parecer bobagem esse tipo de questionamento, mas é o que nunca me deixou seguir adiante, foi o que quebrou minha bússola, foi o mapa incorreto no meu GPS... Tá, parei.
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