"Eu quero te ver". - Tá....
Com um misto de indignação e tristeza (muito mais dessa), eu
sentenciei. Você vai ter que fechar a porta. Você hesitou e, enfim,
concordou. Fechou. Bruscamente, exalando a falta de eco do ponto final. Engoli
todas as palavras que já estavam separadas em algum lugar da minha boca,
principalmente o "mas".
Pelo menos uma porta se fechou. Era o pensamento que tentava
conter emoções de quem acha que não compreende mais nada. Porque eu...
Ainda tenho algumas portas abertas. Não tiveram coragem de
fechá-las. Apesar de abertas, de lá, quase nunca sai nada. Apenas uns sorrisos
de teclado de computador e promessas levianas de "quando..." e
"se...".
Tenho algumas portas que não consigo fechar. Nunca tive
coragem de fechá-las. Elas me mantêm cativa e me alimentam de sorrisos de
teclado de computador e promessas levianas de "quando tu..." e
"se a gente...".
Tenho algumas portas que não quero fechar. Nunca tive
vontade de fechar. Mesmo tiranas, insisto em ler carinho nos sorrisos de
teclado de computador e sonhar com as promessas levianas de "quando a
gente se encontrar" e "se eu te amasse".
Tenho só essas portas. Você fechou a última. Fez bem!
Não,
não fez. Deixa aberta, vai. Que eu tenho até a minha eternidade para descobrir
que não foi em vão.
Querido, abre, por favor. Que nessa vida a gente sai
deixando amor e não consegue mais voltar atrás.
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