Eu me sinto como os jovens soldados retornando da Primeira
Grande Guerra sob os olhares curiosos dos que haviam ficado. Mudos. Estão cheios
de traumas, pensavam, por isso não conseguem falar. Após dez anos de silêncio,
um deles se inquietou e revelou ao mundo: Não se aprende nada na guerra de
trincheiras.
Histórias existiam, sim. Mas nenhuma experiência para a
vida, nenhuma moral, nenhum conto. Apenas o vazio e a falta de necessidade.
Eu me sinto como os jovens soldados retornando de uma
segunda Primeira Grande Guerra. O motivo que me aflige é o mesmo, mas a dor é
completamente diferente. Quem dera eu imaginasse isso antes. Teria gritado em
praça pública: Eu quero minha dispensa! Não me machuquem mais. Porque, sabe, não
se aprende nada partindo o coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário