O Facebook quer fazer a retrospectiva dos meus melhores
momentos em 2012. Mas hesitei. Não sei se contei tudo para o facebook do que
foi esse ano para mim.
A parte de 2012 que mudou a minha vida ficou marcada no mês
de novembro. No dia 08. Na data da minha primeira aprovação em um mestrado.
E, às vezes, parece muito difícil enxergar se teve algo mais
do que o sofrimento em tentar definir o futuro e o sufoco para estudar, estudar
e corresponder expectativas. Enfim, correspondi. Com um ano de atraso.
Mas, nesse meio tempo, tive muito tempo para ficar ansiosa e
triste demais. Tive tempo para amar demais, receber de menos e esperar infinitamente.
Tive tempo para improvisar um arroz e um macarrão. Esse último tempo, até que
era bom quando tinha azeitona e palmito em casa.
Tive quatro meses para aprender que é mais fácil conviver
com familiares. E que você chamaria sua irmã de folgada se ela nunca lavasse a
louça, mas não chamaria a sua colega de apartamento. Aliás, a louça tem um grande
espaço na minha retrospectiva de 2012. E, isso, o facebook não saberia.
Nos momentos da louça, da espera e da ansiedade, não faltou
tempo para que eu fosse obrigada a me encarar. Como uma pessoa no meio de algum
caminho sem trilha. Que tinha que procurar um caminho, mas que não tinha a
menor ideia se queria procurar um ou dois ou quem sabe ficar mais um pouco por
aqui.
Ainda sou essa pessoa. Mas, depois de morar “só”, depois de
São Paulo, depois das minhas desventuras amorosas, depois de ter conhecido você
e você, depois de ter convivido demais comigo mesma até nos meus piores
momentos, depois de voltar pra casa, depois de ter voltado a trabalhar, depois
de ter que estudar à noite e de manhã e de ter que viajar demais, consegui me
tornar uma pessoa um pouco mais chata.
Consegui falar menos sobre a minha vida e tudo que eu acho e
tudo que eu espero. Tá, só um pouco menos. Consegui me tornar mais sincera com
a minha ranzinzisse, com as minhas taras e com todos os meus defeitos. Consegui
esperar você ligar (embora-você-nunca-tenha-dado-um-sinal-de-vida-seu-idiota).
Consegui chegar até o dia 14 de dezembro com a sensação de não ter feito muito,
mas de ter enfrentado tanto que não dá pra deixar de sentir uma pontada de
orgulho.
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