Eu posso me imaginar com 60 anos. Uma velhinha estilo Florentino
Ariza: esperta, experiente e com uma teimosia constante. Aliás, quando leio O
amor nos tempos do cólera, não consigo deixar de acreditar que nasci para ter
uma ideia fixa.
E se fosse você? Se você fosse a meta e o destino de toda a
minha vida? Talvez eu parasse de chamar teu nome bem baixinho para dizer que
agora eu estou bem e não tenho mais nada com que me preocupar na minha vida.
Talvez eu calasse a cara que faço quando penso que tenho
que te esquecer e em como isso é difícil. Talvez eu não tenha nascido para
padecer de amor, não agora.
Queria apenas ter a convicção de que não seria em vão. De
que meu destino é te esperar, dois, oito ou quarenta anos. Assim, eu viveria
todos outros amores sem o peso da infidelidade. Me entregaria como quem procura
um carinho temporário e lembranças de amores eternos. Não esperaria mais o amor
na esquina. Apenas aceitaria a paixão dos que cruzassem meu caminho. E, ao fim
de cada noite, deitaria com a minha última visão da tua face e com o gosto do
teu nome.
A espera não me inquietaria mesmo que a velhice fosse
rigorosa com meus anos. Eu manteria o único propósito de ter a vida pronta para
ti.
Eu queria mais do que tudo que você fosse a minha ideia
fixa. Eu queria que o agora não fosse o fim. Mas o intervalo. Queria que García
Márquez já tivesse imaginado como seria o dia em que seria apenas eu e você.
Um comentário:
queria poder curtir como no face, mas apenas cliquei em meu pensamento um "curtir muito" rs.
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