terça-feira, 26 de março de 2013

Cry me a river, please



Eu tinha quinze anos. E Harry Potter era muito melhor que beijar na boca. Quando eu conheci esse rapaz. Ele mudou minha perspectiva de amor. Aparentemente, não tinha a ver com amar com toda a alma até o fim da vida alguém muito distante. Estava mais próximo de dar uns beijos no estacionamento do shopping e xingar se ele assoprasse na sua boca. Estava mais próximo de esperar os fins de semana e trocar sms combinando a próxima sessão do cinema. Estava bem próximo da incerteza e do frio na barriga compensados por alguns minutos de prazeres pouco divinos. Esse não foi o primeiro cara que me fez sofrer. Esse foi o primeiro cara que me deixou. 

Eu tinha quinze anos. E uma agenda cheia de anotações sobre como eu queria aprender a suportar aquilo. Quando uma amiga me disse que já tinha passado por tudo aquilo. Sabe qual é a moral da história? Ele vai se arrepender. Eles sempre se arrependem. Mas ele nunca se arrependeu. Nem o próximo. Nem o próximo. Nem o próximo.

Eu tenho 23 anos. E o sentimento de ter sido deixada no aeroporto para pegar uma conexão diferente da sua. E então me pego mais uma vez me perguntando quando a minha colega de classe terá razão. Espero que você perceba, entre um whatsapp e outro, que eu valho sua admiração, o seu desejo e, principalmente, o seu arrependimento. Talvez esperar no celular não seja a resposta. Talvez te sacudir dos pensamentos resolva. É só uma questão de deixar pra lá. Da garota de 15 anos até hoje, acho que aprendi a me valorizar um pouco (espero que não demais). Acho que já posso ser uma daquelas pessoas chatas que falam iguais-a-mim-são-difíceis-de-encontrar.

Mas, o meu difícil de encontrar é o mesmo que você quer encontrar? Será que algum dia vai ser? Será que algum dia as coisas se resolvem voltando para casa do meio do caminho para buscar o guarda-chuva?

Would you cry me a river at least once?

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