quarta-feira, 24 de junho de 2009

São João é com bombinha e fogueira!


No site Imirante, há um arraial que está sempre bombando: o Arraial do Maranhão! Bem, o Arraial do Maranhão, como é chamado, não é literalmente o arraial do Estado Maranhão. Este é só mais um espaço, chamado de Viva, que é sabidamente organizado pelo Sistema Mirante de Comunicação, que é escrachadamente comandado pela família Sarney.

Para os maranhenses, o arraial, que antigamente se localizava no São Luís Shopping, é um dos melhores da cidade. De fato, as apresentações de grande renome aparecem por lá. Muitos reclamam do lugar, dizem que é lotado, cheio de buraco, quando chove fica cheio de lama... Mas, de qualquer forma, todo final de semana os maranhenses contribuem para deixar o Arraial sempre lotado.

Hoje, minha vizinha de dez anos, Carolina, veio me contar que tinha ido ao Arraial do Maranhão. “Eu dormi lá”, ela contou. Normal, pensei. Os pais devem ter ficado em alguma mesa, conversando enquanto ela ficava cada vez mais entediada. Entretanto, eu não estava preparada para o que viria depois.

“Eu chorei de tão ruim que é aquele arraial!”, disse indignada. Perguntei por quê. Afinal, crianças normalmente gostam das festas juninas. “Aquele lugar é péssimo. Não dá pra criança olhar as apresentações, fica todo mundo em cima do palco. Ainda mais, não tem lugar pra criança brincar! Só tem aqueles parquinhos que a gente tem que pagar – ela comentava irritada – E lá a bombinha é DOIS reais!".

Eu fiquei realmente surpresa, pois a menina era capaz de julgar um arraial melhor que os próprios pais. “Eu gosto daquele arraial na igreja. Tem morrinho pra gente brincar, a bombinha é um real e ainda tem uma fogueira onde a gente pode acender. Não precisa nem comprar fósforo. Lá tem lugar pra gente sentar e todo mundo assiste a apresentação sentado”, citava.

Além desse, ela falou de mais dois arraiais bons. Depois, avaliei a capacidade dela de julgamento. Talvez minha surpresa fosse descabida. O que mais eu poderia esperar de uma criança? Bastava lembrar que ela não queria desfilar em meio à classe média ou alta de São Luís. Que o status de um arraial não importaria para ela se não houvesse um espaço para brincar.


A conversa com ela me animou para convidar a todos pro São João. Bombinha e fumaça mesmo. Poeira subindo, arroz de cuxá, milho! E fascínio.
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