domingo, 23 de dezembro de 2007

Novo Começo: Explanações básicas

E o mundo seguiu adiante...?
Quando me deparei com essa frase pela primeira vez, em um livro de Stephen King, me surpreendi com a simplicidade da frase e ao mesmo tempo com a quantidade de idéias que ela poderia passar.
Stephen King utilizava essa frase em contextos como: Roland perseguiu a homem de preto no deserto, e o mundo seguiu adiante. Ou algo como: Roland, o último matador, já tinha pertencido a uma família, mas isso tinha sido antes do mundo seguir adiante.
Com certeza percebemos que o autor tenta, vez por outra, sublinhar esta frase colocando-a em um contexto que não a delimita, só assegura a possibilidade de uma outra significação.

Demorei-me nesses detalhes a toa, pois não trabalhei no mesmo sentido de SK, pelo menos assim o penso.
Uma garota na janela, e o mundo segue adiante.
Um mito da caverna, e o mundo segue adiante.
Reflexões no ônibus, e o mundo segue adiante.
Um prefeito reclamão, e o mundo segue adiante.
Um cheiro familiar, e o mundo segue adiante.

Esse foi o sentido trabalhado por mim. Quando criei esse blog já pensava em sua real utilidade para o mundo e para mim. Na verdade, não importa o quanto eu escreva, ou sobre o que eu escreva, nem pra quem eu escreva.
O mundo sempre seguirá adiante...

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Musical

Eu não encontrei a imagem perfeita para o que eu gostaria de escrever aqui, porém penso que se tal foto fosse encontrada não haveria necessidade de mais que cinco palavras como: É o que eu queria!

Estou falando de um sentimento que me pega de jeito geralmente quando estou na rua, lugar em que costumam ser estranhas manifestações musicais. Mas hoje eu estava pensando: e se eu estivesse em um musical?

Nesse caso, acredito que não seria estranho sentir vontade de reviver os tempos de coral, ali mesmo, em frente à padaria! Eu poderia correr, cantando e conduzindo uma coreografia. Não interessaria se fosse música de Natal, metal ou reggae. Eu poderia simplesmente gritar “altão”: Hey, teachers! E as pessoas sairiam de casa, me acompanhando em um: Leave these kids alone!

Seria muito engraçado, sem dúvida. Imagino até que, "do nada", poderiam cair rosas de algum lugar ou mesmo aqueles papeizinhos brilhosos que saem de um canhão e grudam na gente.

Eu sinceramente acho que a música tem uma força incrível, como a das cores, na verdade sempre as vejo juntas. É como um "We can be heroes" num cenário todo céu e, logo em seguida um "forever and ever!" agora com algumas explosões coloridas acompanhando o fulgor da música.

É muita besteira, não? No entanto, como diria Aristóteles: "Que seria bom seria, né?"

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

O Shampoo


Fazia quatro anos da última vez que a havia visto, depois disso nenhum contato. Fazia quatro anos, mas, mesmo não sendo tanto tempo assim, parecia que tinha sido um século.
Com certeza ela estava mudada e ele também.
Observou-a enquanto esta falava e percebeu que ainda restavam algumas manias antigas na fala da garota. Definitivamente ela não havia perdido seu encanto, porém ele sabia que as coisas estavam diferentes.
Sorriu por dentro, agora ele já podia falar com ela sem aquele incômodo frio na barriga e sem o nervosismo que o fazia suar as mãos toda vez que se aproximava um pouco mais.
Escutou-a falar até a hora da despedida. Até que, inesperadamente, a menina o abraçou. Tchau, Fernando. Seus cabelos foram transportados até perto do nariz deste.

O cheiro.
Tudo ao redor... E o cheiro, tão suave e tão imponente.

O reconhecimento.
Uma aproximação tímida há quatro anos, o vento, cabelos balançando e... O mesmo cheiro.

A menina se afastou e sorriu-lhe antes de se virar e partir. Fernando continuou paralisado, preso por um pensamento...

O pensamento.
Ela nunca trocou de shampoo.

Um sentimento.
Bastou-lhe um cheiro para esfriar sua barriga. O cheiro de uma adolescência. O cheiro de um amor verdadeiro.

PS.: Imagem retirada do site deviantart.com, assim como todas as outras xD, mas eu sempre esqueço de colocar o link, excusez-moi.

sábado, 3 de novembro de 2007

Rotação



Todo dia sento em uma parada e espero...

Se observo um ônibus passar no sentido oposto, me alegro. Pronto! Era o sinal de que precisava para me encher de esperanças... minha espera diária estava quase no fim!

Quando minha espera se encerra, não vejo, mas outra pessoa toma meu lugar. E quando um ônibus passa no sentido contrário talvez também se alegre. Sua espera já está quase no fim.

E quando esta segue, sem ninguém saber, outra pessoa toma seu lugar e outra e outra e outra...

Percebi, então, que não vivíamos de 24 em 24 horas.

Claro que não! Nesse momento, percebi que a nossa vida era composta de vários ciclos, não ciclos individuais, mas ciclos conjuntos, como uma brincadeira de roda sem mãos dadas... Percebi apenas o microcosmo da espera pelo Recanto dos Vinhais, e desse ciclo posso afimar: a vida se repete de 15 em 15 minutos.

(Ps.: É até um paradoxo uma imagem tão estática e um título tão estonteante)

sábado, 27 de outubro de 2007

Discussão


- Mas eu pensei...
- PENSOU?!! É EXATAMENTE ISTO QUE ESTOU LHE FALANDO. Não pense. Não I-M-A-G-I-N-E. - disse o tutor enquanto a olhava de forma furiosa.
- Des... desculpe. Eu não qu...
- Francamente, eu nunca esperaria isso de você. Não nas circunstâncias em que nos encontramos, no mundo de hoje.

Dessa vez a menina decidiu não falar. É, é claro que eu estou errada. Virou a cabeça para a janela, mas se arrependeu quase que imediatamente. Lá fora a multidão ainda gritava: PARE DE IMAGINAR! PARE DE IMAGINAR! E a polícia já havia até isolado o seu prédio, mas obviamente não concordavam com o que ela andava fazendo. Não no mundo de hoje.

Uma lágrima fujona quis a todo custo vazar dos seus olhos, mas foi detida no cantinho do seu olho. Ao que parecia todo o mundo estava furioso com ela. Na televisão já se falava que o jugamento estava marcado para o dia seguinte.

Se eu conseguisse sair dessa... Mas como? Não, não há nenhuma forma. Afastou o cabelo dos olhos e implorou para que a voz do seu tutor parasse de girar na sua cabeça: "Não pense".

Arriscou um segundo olhar para fora e desvio-o vagarosamente da multidão, que aprovava em uníssono a nova Lei mundial. Olhou para o céu cinza e percebeu uma pequena mancha amarelada que se aproximava cada vez mais.

- PARE DE IMAGINAR! PARE DE IMAGINAR! - A multidão gritou mais alto e a mancha amarela voltou aflita para o seu esconderijo onde os olhos na janela não poderiam mais vê-la. A multidão continuou a aumentar o tom das vozes e a garota levantou as mãos para segurar a cabeça, parecia que ia rachar!

Enquanto isso, em um ambiente muito menos caótico...

- Marcelo? Marcelo? EI MARCELO!!
- HAN? HAN? Oi, desculpa, eu acho que cochilei. - Disse o menino empertigando-se e aproximando mais o telefone do seu ouvido. Pelo visto a discussão vai recomeçar...




sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Monólogo de Lee


"Não entendo porque os ônibus tanto me fascinam... Não são apenas as pessoas mudas e ausentes ao meu redor e a indiferença que colide com a minha face mesmo que a janela esteja fechada.
É sempre bom uma janela aberta, através dela posso fingir que vejo o mundo que passa e esqueço a indiferença que sempre bate na minha face... Até o vento que entra forte pela janela, esquecendo que eu estou aqui, dói menos!
Um dia eu canso de olhar para a janela e pergunto pro garoto que senta lá atrás o que ele tanto lê naquele texto.
Os Ônibus são chatos!
Às vezes eu lembro do poema de Carlos Drummond em que tudo passa de vagar: "eta vida besta meu deus!" é o que eu digo junto com ele. Mesmo que nem sempre passe devagar e que os carros nas pistas corram velozmente, não deixa de ser besta. Talvez o lugar em que Carlos Drummond falava fosse muito menos besta que esse.
Os ônibus também são legais!
Quando encontro cadeiras viradas para trás eu sempre digo "Isso é poético", eu acho pelo menos! Eu fico olhando para trás sem saber o que tem pela minha frente... Isso é bem a minha cara, eu vivo me despedindo do passado tentando captar com um último olhar tudo que meu sentido me permite: por onde andei, quem olhei, quem me viu, quem sorriu e tudo que fez parte da minha vida apenas pelo tempo que passei ali, sentado no ônibus.
Um dia eu pensei em escrever um livro sobre uma garota pura que fazia as águas de um mar cinzento brilharem alegremente quando ela passava de ônibus... Isso acontece comigo e com todo mundo que parar pra perceber o efeito que a luz dá na água, mas é mágico mesmo assim. Pensei em escrever isso por algum tempo até que encontrei aquela senhora...
Não entendo se foi o destino brincando com a minha cara, mas acredito que sim. A senhora desconhecida de mais ou menos 60 anos sentou atrás da minha cadeira com uma amiga e resolveu ler um texto que tinha escrito... Era simples, singelo, inteligente e verdadeiro! O primeiro que ela leu falava sobre o sorriso, não lembro exatamente as palavras, mas sorri enquanto ela lia. A amiga dela não pareceu impressionada, mas ela resolveu ler outro, dessa vez sobre um sino. Esse não me impressionou, bem escrito era, mas... ei, peraí, quantas pessoas escrevem sobre sinos? Guardião do Tempo, ela o chamava divertidamente: "engraçado, não acha?".
Ahh, que mulher! Não queria ter o sotaque dela, mas queria saber escrever sobre tudo, até sinos!"

terça-feira, 28 de agosto de 2007

O Prefeito reclamão

Havia uma cidade que era gorvernada por um esquilo. Este esquilo era esperto, letrado e tinha um raro gosto por pinturas surrealistas, mas tinha um GRAVE defeito...
Não havia dúvida que nenhum prefeito havia sido melhor que aquele, mesmo que a cidade nunca confessasse isso e mesmo que não aparecesse nos outdoors ou nos jornais.
Mesmo sendo muito bom, e tendo o amor daquela pequena cidade, o prefeito por achar que dava o máximo de si, sempre exigia muito da cidade: ele reclamava porque os habitantes ainda jogavam lixo em algumas calçadas, porque as crianças estavam quebrando as vidraças, porque a parede da prefeitura estava descascando, porque as árvores não estavam no tom de verde que deveriam estar, porque os pássaros tinham pego uma gripe, porque os imigrantes não viajavam muito pra lá, entre outras milhões de coisas.
Um dia apareceu um rato metido a pilantra e enganador, estudou a cidade por alguns dias e bolou o seu plano. Reuniu os habitantes e perguntou se já não estava na hora de uma eleição, se não queriam um novo prefeito. Como todos amavam o prefeito, apesar de não apertarem sua mão nas passeatas, todos disseram que não.
Mas o rato não estava nem aí, lançou sua candidatura e que surpresa!
Ganhou a eleição.

E comandou bem. E mudou aquela população apenas com seu jeitão de "não estou nem aí, pois eu sei que vai ser como eu quero". E o que ele queria, era o que a população sempre desejou: deixar de ser atrapalhada e construir uma linda cidade.

O bom esquilo nunca entendeu bem porque a cidade não colaborou com ele... Logo ele, tão paciente e tão bom!

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Um sonho...

Nossa história se passa em um reino distante, repleto de conflitos, traições e ratos.
Um príncipe muito invejado, cheio de inimigos e com uma bela barba ruiva governava este reino enquando seu pai caçava babuínos e coçava as costas.
Numa estratégia para expandir seu poder, o príncipe e o Rei concordaram em pedir a mão da filha de um rei vizinho em casamento. Esta seria, talvez, a última forma de tantar apaziguar o seu Reino e livra-los dos ladões, assassinos e principalmente dos ratos.
O Rei do reino vizinho concordou com a proposta, e a princesa foi enviada para o reino do nosso príncipe para conhecer seu futuro marido e para ajudar a organizar o casamento.
Para surpresa do príncipe, a moça era de esplendorosa beleza, presença encantadora e de um cheiro muito bom, não demoraram duas semanas inteiras e ambos já estavam perdidamente apaixonados.
Acontece que havia uma lenda, uma lenda sobre uma Prata que vinha das minas Isidor, só um infortunado homem em todo o mundo havia chegado a essa mina e pego um pouco de sua Prata.
Com ela forjou duas peças, ninguém soube necessariamente que forma tiveram nem se ao longo dos anos elas ganharam outra forma. Ficou com uma das peças e presenteou a sua amada com a outra. Um dia, pego em uma emboscada foi mortamente ferido, mortamente no sentido literal da palavra, mas por uma grande ironia do destino e da lógica nem uma Flecha do Magos no coração explodiu sua vida. (As Flechas dos Magos explodem quando se aproximam de uma superficie sólida). O homem se jugou o mais sortudo dos homens e prosseguiu sua viagem radiante. Chegando na cidade de sua amada, o homem se matou. Descobriu que sua amada havia morrido, sem nenhuma causa explicável, seu peito simplesmente havia se aberto.
Só um homem em toda a cidade acreditava nessa lenda, e este homem era o conselheiro do príncipe, amigo infiel e invejoso. Quando avistou a princesa algum monstro subiu a sua cabeça e começou a datilografar o pior plano maléfico já pensado em toda a Terra. Ele tinha pouco tempo até o casamento, mas com sua astúcia trilhou todo o caminho das peças de Prata. Muitos homens viam presentiando seus inimigos, ou amigos com àquelas peças, não foi difícil achá-las, pois histórias de mortes misteriosas rondavam por toda a parte.
Um dia, sugeriu sutilmente a um nobre que presenteasse o príncipe com dois lindos anéis de prata e lhe vendeu por um preço desprezível.
Uma fiel criada e amiga do príncipe ouviu falar sobre algumas mortes misteriosas relacionados a alguns presentes geralmente feitos de uma linda prata. Comentou isso com o príncipe em uma conversa que tiveram e viu que ele ficou muito preocupado. Tirou um anel do dedo e correu para o quarto da princesa, acompanhado da sua criada, quando lá chegaram pediu a criada que repetisse a sua história e pegou o anel que havia entregue a princesa.
O príncipe, um pouco desconfiado ainda, procurou informações na sua biblioteca, mas não as encontrou. Foi então que chamou um Mago do local e lhe indagou sobre os anéis. O Mago contou a lenda, e vendo os anéis surpreendeu-se. Acontece que aquela prata era diferente das outras, tinha um quê de pureza e um quê de sedução. Eram elas as peças feitas com a Prata de Isidor.
-Quem lhe deu estes anéis, tem sua vida dentro do seu próprio corpo agora
-O que isto quer dizer?
-Que ele não pode morrer! Se ele for mortalmente ferido quem morre é você! A não ser...
-A não ser o quê? - disse o príncipe quase adivinhando a resposta
-A não ser que você tenha dado este presente a alguém
- Eu dei! Mas eram dois anéis, o que isso significa agora minha vida e da princesa está dividida entre nós?
- Não! Quem lhe deu este presente devia esperar isso, mas ele não deve saber que cada anel tem poder separado.
-Como assim?
-Quer dizer que você morre se quem lhe deu isto for muito ferido, e se acontecer de você ser gravemente ferido antes desta pessoa, quem morre é a princesa.
- O que eu posso fazer então?
-Dê o outro anel a princesa e diga-lhe para dar a um inimigo
- Eu não posso fazer isso! Não há outra forma?
- Há sim...Dê o anel a princesa e diga-lhe para dar o dela, assim o feitiço se anula!
O principe e a princesa combinaram de fazer isso no outro dia, exatamente o dia do seu casamento. Pediram a criada que colocasse os anéis em uma bandeja e levasse para o altar. O conselheiro percebendo que seu plano não estava tão certo pediu a um garoto que trabalhava no castelo para trocar os anéis da bandeja por dois que ele havia lhe entregue, como a prata não era igual pagou a um outro mago para que colocasse um feitiço de confusão. O menino procurou a bandeja por toda parte e a encontrou somente quando a criada já se dirigia ao altar. Aproveitou o movimento da mutidão para jogar os falsos anéis na bandeja, mas quando lebembrou de pegar os verdadeiros não conseguia mais dizer quais eram. Saiu correndo antes que a criada notasse sua presença, pois ela ainda lutava contra a maré de pessoas.
Quando ela chegou ao altar e olhou para a bandeja, ficou horrorizada ao descobrir que haviam 4. tentou avisar ao príncipe e a princesa, mas eles não ouviram. Deixou a bandeja numa mesa e tentou mais uma vez avisá-los. Então o conselheiro chegou e vendo os quatro anéis vibrou de raiva. Tentou distinguir os verdadeiros e descobriu que três anéis emitiam o mesmo brilho de um lado, pegou os três, guardou no bolso e correu, pois já ouvia os passos da criada.
A criada pegou o anel restante e desesperada saiu a procura do Príncipe, este estava em um quarto com a princesa muito relaxado.
Ela insistiu para que ele guardasse o anel, pois suspeitava que alguém estivesse tramando alguma coisa contra ele.
Desceu as escadas e encontrou a multidão em pânico, pois o castelo estava sendo atacado.
Capturaram a criada e a interrogaram sobre o lugar onde o príncipe estava, ela disse que não sabia, conseguiu se soltar e saiu correndo, o inimigo preparou seu arco e atirou um Flecha dos Megos na criada. Ela caiu e nesse momento deu um grito de desespero!
Não estava morta, mas tinha acabado de matar seu único filho.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Títulos de Ônibus 1

Na Paraíba o nome dos ônibus ou é o nome do local pra onde ele vai ou é alguma cor tipo: AZUL, CINZA!
Aqui no Maranhão eu não sei qual é a lógica que eles usam, quer dizer, tem altos nomes que é nome de bairro, a maioria até, mas tem uns que sabe lá de onde veio!
Hoje eu tava na parada quando do nada eu leio: Operária - São Francisco
tipo, normal, nome normal de ônibus, mas resolvi fazer uma brincadeira. Vendo que o ônibus ia lotar, eu disse:
- Tadinha da operária, não sei como ela consegue carregar essa galera!
Aí o meu companheiro de Parada disse:
- Que nada! ela tem a ajuda de São Francisco!!

Aí eu resolvi! Vou seguir o raciocínio:
- Éguas, tem uma galera que vai pra esse parque, né?
- Que parque, o golden?
- Não o PARQUE da VITÓRIA!

- Ei rapá, num pega esse ônibus não...
- Porque?
- É que um amigo meu me contou uma história outro dia...
- Que história?
- Rapaz, meu amigo tava nesse ônibus carregando um pote, aí du nada, o ônibus passa vuado numa ladeira e num é que QUEBRA o POTE!

continua...

quinta-feira, 9 de agosto de 2007


Era uma vez uma garota clara e loira com uma vida normal e desejos iguais aos das outras garotas. No seu quarto havia uma grande janela, limpa e brilhante. Um dia, sentada na sua cama, parou para contemplar a vizinhança: a bonita rua de pedras e todas as casinhas de madeira parecidas que davam uma incrível sensação de aconchego. Sem falar das árvores com folhas amarelas que completavam a visão.

Eis que invadiu sua visão e sua melancolia, uma curiosa silhueta. Apenas uma pequena sombra com cabelos esvoaçantes... Fitou aquela sombra como se não houvesse mais outra coisa no mundo, a cabeça rodou, delirou e olhou, mais uma vez, mesmo que em nenhum momento tivesse parado de olhar.

A silhueta captou aquele olhar, e poderíamos dizer até que foi isso e não uma brisa gelada que fez todo o seu corpo vibrar, voltou-se para janela que escancarava aquele olhar tão belo e tão...conhecido. A silhueta era um garoto. Ele respirou fundo e andou até a janela, parou a menos de um metro e sem tentar exprimir uma palavra ficou lá por meia hora conversando com aqueles olhos.

No dia seguinte os amantes repetiram o mesmo encontro, entre a mesma janela e no mesmo horário. Prosseguiram assim por um mês, dois e mais... Sem nunca trocar uma palavra, sem nunca arriscar...

E o inverno chegou para embassar aquela janela, e a poeira ali já fazia residência, mas a menina não limpou...deixou que o vento e a sujeira cobrissem todo o vidro, antes tão limpo e brilhoso. Restava ainda uma fresta e por ela, a menina percebia os olhos do garoto, todo dia, no mesmo horário. Até que a cruel poeira a cobriu por inteiro, mas a menina continuou ali, todos os dias no mesmo horário e jurava sentir a presença do amado.

O inverno ficou mais rigoroso na sua janela, cada vez mais frio.

Um dia entrou no quarto e encontrou a janela limpa, seu coração disparou, ela poderia enfim ver aqueles olhos sedosos e esquivos novamente, esperou pela hora com o coração na mão e ela tardou, mas chegou:

As árvores mudavam agora o tom da visão, estavam verdes e convidativas, mas isso não importava, o que importava era aquela forma brilhante cortando as ruas, era ele, ela sabia...
Ele andava distraído, nem parecia saber para onde ia, porém inconscientemente parou na rua no ponto que ficava em frente a casa da garota.

Ela esperou, mas ele não veio.

Voltou as costas para aquela janela e se dirijiu a porta da casa que ficava em frente, tocou a campainha e a porta se abriu. De lá saiu uma garota, trocaram algumas palavras e prosseguiram pelo resto do caminho de mãos dadas.

E a garota nunca saiu da janela...

terça-feira, 7 de agosto de 2007

A função de sempre.

"Um martelo serve para martelar pregos" já dizia sabiamente um desses filósofo de botequim.
Mas com essa era digital acho que será preciso que mais um desses filósofos beba por mais algumas horas em um bar para atualizar essa frase. É simples como apertar F5
"Um blog serve para as pessoas escreverem sobre os seus pensamentos" disse um doido que passava em frente ao bar e deixou todos boquiabertos!
Bem, é verdade! E já que eu sou só mais uma pessoa como todas as outras, cheia de caraminholas na caixola, eu venho humildemente compartilhar-las com as teias da Web...
Eu acho que ninguém pode me ajudar, mas eu sempre me pergunto, já cansei, inclusive, de me responder 'não sei', e resolvi publicar a minha dúvida: Como se deixa de ser uma pessoa fria?
É uma pena que esse tipo de resposta não tem no google!
Será que tem alguém que já conseguiu isso?
Tomara, torço pelas pessoas como eu, para que elas consigam ser bem melhores do que eu sou!

quinta-feira, 12 de julho de 2007

O mito da caverna

  1. Era uma vez uma família composta por 5 membros: um homem, sua mulher, seus dois filhos e um sobrinho da mulher que era agregado. O pai e a mãe eram super-protetores e haviam desenvolvido uma espécie de síndrome do pânico, assim, acabaram se isolando dentro de casa junto com seus filhos e o sobrinho.

    Construíram uma nova realidade... As crianças pela manhã se dirigiam a um quarto, todos vestidos com a mesma roupa, e lá ficavam até o meio dia, estudando as lições que um professor digital lhes ditava, e aquele quarto chamavam de escola.
    Os pais pela manhã se dirigiam a um pequeno quarto, semelhante a um escritório, passavam lá todo o dia e aquele lugar chamavam de escritório.
    Assistiam televisão à noite e acreditavam em tudo que ela dizia.
    Um dia foi designado ao sobrinho limpar as janelas e quando ele limpava a janela do seu quarto percebeu uma coisa estranha naquela imagem estática : estava descascando em uma das pontas.
    Tocou a ponta, puxou e quase enloqueceu quando descobriu um pedaço de azul tão claro que doia nos seus olhos.
    Destrancou a janela e pulou para fora...
    Passou toda a tarde andando pelas ruas e tocando a grama. Era engraçado: pois ele sempre pensou que a luz da sua casa era a melhor, e que as ruas era sempre sujas e cheias de pessoas más. Pensou em tudo que se deixara acreditar por todos os seus 13 anos e chorou, riu, gritou...
    Já estava escurecendo quando resolveu voltar pra casa, todos lá estavam tristes a não mais poder. Tinham procurado por ele na escola, no escritório, no hospital e no canil; como não o haviam encontrado deduziram que tivesse ido para O OUTRO lado, deveria estar morto nesse momento.

    Quando voltou tentou falar para todos tudo que vira e tudo que descobrira, mas ganhou apenas umas caçoadas dos primos e umas palmadas dos tios. Foi condenado a mais televisão e mais tempo na escola e lá definhou por dois anos, até que fugiu.

    Virou um produtor de televisão e usufrui muito da nova realidade, mas seus tios nunca saíram da outra; achou uma forma de ajudá-los conseguindo mais companheiros para eles...
    E, 33 anos depois, morreu. Triste. Com um sentimento de fracasso.
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