segunda-feira, 14 de abril de 2008

A origem das torturas dentárias


Assistindo clipes de rappers ou cantores de hip-hop com todos os seus ouros e aparelhos de diamantes, me recordei de uma história sem precedente na história da humanidade. Tal história marca o início de um método de tortura menos estudado que utilizado, a tortura dentária. A pergunta que deu origem a esta história foi: da onde surgiu a idéia de arrancar os dentes saudáveis dos homens com métodos grotescos e sem nenhuma anestesia?
Aconteceu há muito tempo, poderia ter sido na época da Pedra Polida, mas não o foi por um simples querer do Tempo que acreditava que a Idade Média era o cenário ideal para o desenrolar da história. A nossa personagem principal é Rufão, nobre senhor feudal, glutão e colecionador de inimigos. Rufão, como todos naquela época, tinha um nome, uma vírgula e um predicativo logo após a vírgula que representava a característica pela qual ele ficaria conhecido através da história. No entanto, o acaso, que aqui quer dizer uns ladrões miseráveis, mudou significativamente o curso da sua história.
Rufão, Dentes de Diamantes. Como disse, Rufão era tão odiado quanto rico, e sua riqueza não se limitava aos 32 dentes de diamantes que colocara na boca. Um dia, recebeu um mensageiro em seu palácio que trazia uma carta do Rei de ***, reino onde se encontravam as suas terras. Segundo a carta, o Rei requisitava com urgência a sua presença em Rois, pois o reino estava na iminência de ser atacado pelos malditos ugevêses, bárbaros que se disseminavam como doença viral pelo seu território: tomando suas mulheres, matando suas crianças, comendo suas lebres e construindo casas cafoníssimas por onde passavam.
Rufão, que há muito passara a discordar das posições e alianças feitas pelo Rei, estava muito pouco interessado em entrar nessa furada, portanto, mobilizou apenas 30 de seus guerreiros e partiu para Rois, a fim de comunicar sua resolução ao Rei e aos outros senhores que lá se reuniriam.
Rufão cavalgava sempre a frente de seus guerreiros, pois não temia os pequenos vermes que se escondiam na estrada, desconhecia ele, que esses vermes agora integravam um clã e já tinham ótimas estratégias de assalto. Nessa época, além dos imensos vestidos com armação e das perucas brancas, também estavam em alta os seqüestros. Percebendo a aproximação de uma figura bem vestida e de dentes reluzentes, os bandidos imediatamente o reconhecerem como nobre e, ora, você já sabe o que aconteceu! Não passou outra coisa pela cabeça destes que não seqüestrá-lo e pedir uma boa recompensa para a sua família. E assim o fizeram.
Os soldados, que não estavam muito interessados em viajar até Rois, não se importaram de, após simular uma luta, voltar correndo para o palácio e avisar às esposas de Rufão o ocorrido.
Os ladrões já pensavam em como negociar o resgate quando, finalmente, reconhecendo o nosso glutão se deram conta da riqueza que estava escondida por aqueles lábios e aquelas bochechas gordas. Não era à toa que Rufão não dava um piu. Mal acreditando na sorte, os ladrões sem demora tiraram-lhe toda a roupa, roubaram suas moedas e o amarraram em uma árvore, pegaram uma maça e, sem cuidado algum, abriram-lhe a boca e começaram a arrancar-lhe os dentes. Após arrancarem uns vinte, pararam.
Esta parte da história é uma incógnita, pois não possuíam nenhum empecilho, pelo menos ao que nos parece. Porém, o desfecho da história nos permite algumas especulações...

Prossigamos: enfim, encontrou-se Rufão alguns dias depois: desnudo e amarrado a mesma árvore em que haviam arrancado alguns de seus dentes. Ele estava faminto, mas a boca já cessara de sangrar e ao ver seus homens, relatam que até emitiu "um sorriso sereno". Ao pé de Rufão, encontraram um pedaço de couro marcado com algumas escrituras. Poucos sabiam ler naquela época, nem o nobre Rufão o sabia. Demorou-se meio século especulando como ladrões do mato desenvolveram essa arte.

Por fim, após longos estudos descobriu-se que estes mesmo ladrões haviam inventado um novo idioma, que posteriormente foi adotado pelos habitantes do feudo de Rufão, e que no pedaço de couro haviam escrito:
“Coma menos lagarto,
Rufão, Bafo de gato!"

4 comentários:

Anônimo disse...

Olá Seane!
Gostei da história do mundo seguir adiante. Também gostei daquele post em que você tratou o pensamento: razão x emoção. Adiciona meu blog ai.
Abraços.
E o mundo segue adiante...

gato de Schrödinger disse...

Ah, srta. Secoelho! Agradeço-lhe por me proporcionar tão divertido entretenimento. Ficou tudo muito bem contado e o final, então: perfeito.

Lambidas.

Camila Chaves disse...

hahaha cara, desde pequena sempre achei que dentes de ouro ou de pedras precisas eram coisas cafonas. hoje posso dizer que dentes de ouro ou de pedras preciosas são tão cafonas quanto as casas que os malditos ugevêses construíam até chegar no reino de Rois.

é... acho que dependendo do bafo, não é mesmo possível continiuar uma retirada de dentes, ainda que eles sejam preciosos. hahaha. mas o mais legal de tudo foi tentar umaginar "um sorriso sereno" quando este sorriso é de alguém tão mal e já quase sem nenhum dente. hahaha.

beijo, seane "de mirôcece" =*

Raimundo disse...

Reino de ***
uhauhahuahua!
gostei disso!

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